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quinta-feira, 25 de maio de 2017

Dicionário: sementário ou cemitério?

 Lembro que houve um tempo, não assim muito distante, em que o dicionário ocupava lugar de destaque nas salas de estar dos lares, ladeado pela Bíblia Sagrada e enciclopédias ricamente encadernadas. Com o passar dos anos, o compêndio em papel e capa dura foi cedendo espaço para outros suportes, como o CD e DVD, ou através de plataformas online digitais. A busca e a consulta ao dicionários deve fazer parte do trabalho daqueles que se interessam pela língua e que não se contentam em ignorar o signifado de um vocábulo desconhecido. O professor Mário Sérgio Cortella, nesse áudio, nos convida a visitar ou revisitar com maior frequência nossos dicionários. Essa publicação foi ao ar através da Rádio CBN em 25 de maio de 2017. Boa audição!

 
Por Júlio César em 25 de maio de 2017.
 
 
 
 
 

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Há quase cem anos

O que são cem anos quando o assunto é a história de uma Língua? Se, por felicidade, você puder conversar com seus avós, (oxalá!) bisavós ou com pessoas de avançada idade, logo compreenderá que muitas palavras e expressões que utilizam já caíram em desuso nos dias de hoje. Muitas das coisas a que se referem nem sequer existem mais. Não há, contudo, nada de estranho nisso. Todas as línguas vivas sofrem alterações com o tempo. Desta forma, a Língua Portuguesa não poderia ser exceção à regra. Veja o recorte, a seguir, da revista O Careta, em sua edição de 26 de maio de 1917.  Tente apontar algumas das mudanças na Língua e na própria concepção de propaganda, se compararmos com o estágio atual do Português e das peças publicitárias.




Por Júlio César em 24-05-2017


quarta-feira, 10 de maio de 2017

Perguntas à língua portuguesa por Mia Couto

Venho brincar aqui no Português, a língua. Não aquela que outros embandeiram. Mas a língua nossa, essa que dá gosto a gente namorar e que nos faz a nós, moçambicanos, ficarmos mais Moçambique. Que outros pretendam cavalgar o assunto para fins de cadeira e poleiro pouco me acarreta.
A língua que eu quero é essa que perde função e se torna carícia. O que me apronta é o simples gosto da palavra, o mesmo que a asa sente aquando o voo. Meu desejo é desalisar a linguagem, colocando nela as quantas dimensões da Vida. E quantas são? Se a Vida tem é idimensões? Assim, embarco nesse gozo de ver como escrita e o mundo mutuamente se desobedecem. Meu anjo-da-guarda, felizmente, nunca me guardou.
Uns nos acalentam: que nós estamos a sustentar maiores territórios da lusofonia. Nós estamos simplesmente ocupados a sermos. Outros nos acusam: nós estamos a desgastar a língua. Nos falta domínio, carecemos de técnica. Ora qual é a nossa elegância? Nenhuma, excepto a de irmos ajeitando o pé a um novo chão. Ou estaremos convidando o chão ao molde do pé? Questões que dariam para muita conferência, papelosas comunicações. Mas nós, aqui na mais meridional esquina do Sul, estamos exercendo é a ciência de sobreviver. Nós estamos deitando molho sobre pouca farinha a ver se o milagre dos pães se repete na periferia do mundo, neste sulbúrbio.
No enquanto, defendemos o direito de não saber, o gosto de saborear ignorâncias. Entretanto, vamos criando uma língua apta para o futuro, veloz como a palmeira, que dança todas as brisas sem deslocar seu chão. Língua artesanal, plástica, fugidia a gramáticas.
Esta obra de reinvenção não é operação exclusiva dos escritores e linguistas. Recriamos a língua na medida em que somos capazes de produzir um pensamento novo, um pensamento nosso. O idioma, afinal, o que é senão o ovo das galinhas de ouro?
Estamos, sim, amando o indomesticável, aderindo ao invisível, procurando os outros tempos deste tempo. Precisamos, sim, de senso incomum. Pois, das leis da língua, alguém sabe as certezas delas? Ponho as minhas irreticências. Veja-se, num sumário exemplo, perguntas que se podem colocar à língua:
Se pode dizer de um careca que tenha couro cabeludo?
No caso de alguém dormir com homem de raça branca é então que se aplica a expressão: passar a noite em branco?

• A diferença entre um ás no volante ou um asno volante é apenas de ordem fonética? 
• O mato desconhecido é que é o anonimato? 
• O pequeno viaduto é um abreviaduto? 
• Como é que o mecânico faz amor? Mecanicamente. 
• Quem vive numa encruzilhada é um encruzilhéu? 
• Se diz do brado de bicho que não dispõe de vértebras: o invertebrado? 
• Tristeza do boi vem de ele não se lembrar que bicho foi na última reencarnação. Pois se ele, em anterior vida, beneficiou de chifre o que está ocorrendo não é uma reencornação? 
• O elefante que nunca viu mar, sempre vivendo no rio: devia ter marfim ou riofim? 
• Onde se esgotou a água se deve dizer: "aquabou"? 
• Não tendo sucedido em Maio mas em Março o que ele teve foi um desmaio ou um desmarço? 
• Quando a paisagem é de admirar constrói-se um admiradouro? 
• Mulher desdentada pode usar fio dental? 
• A cascavel a quem saiu a casca fica só uma vel? 
• As reservas de dinheiro são sempre finas. Será daí que vem o nome: "finanças"? 
• Um tufão pequeno: um tufinho? 
• O cavalo duplamente linchado é aquele que relincha? 
• Em águas doces alguém se pode salpicar? 
• Adulto pratica adultério. E um menor: será que pratica minoritério? 
• Um viciado no jogo de bilhar pode contrair bilharziose? 
• Um gordo, tipo barril, é um barrilgudo? 
• Borboleta que insiste em ser ninfa: é ela a tal ninfomaníaca?

Brincadeiras, brincriações. E é coisa que não se termina. Lembro a camponesa da Zambézia. Eu falo português corta-mato, dizia. Sim, isso que ela fazia é, afinal, trabalho de todos nós. Colocámos essoutro português – o nosso português – na travessia dos matos, fizemos com que ele se descalçasse pelos atalhos da savana.
Nesse caminho lhe fomos somando colorações. Devolvemos cores que dela haviam sido desbotadas – o racionalismo trabalha que nem lixívia. Urge ainda adicionar-lhe músicas e enfeites, somar-lhe o volume da superstição e a graça da dança. É urgente recuperar brilhos antigos. Devolver a estrela ao planeta dormente.


Por: Júlio César

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Pequeno Baú de Memórias - Ciro Zulu Oliveira



      Nós que fazemos parte do PIBID na Escola Arsênio Ferreira Maia sob supervisão do Professor Evânio, escolhemos a Obra “Pequeno Baú de Memórias” do escritor Ciro Zulu Oliveira, ex aluno da UECE, natural de Jaguaruana e pesquisador na área da linguagem . A Obra foi escolhida porque além de trabalharmos as novas tecnologias aliadas ao texto literário, iremos focar também na valorização da nossa cultura literária regional. A Obra contém 23 crônicas que retratam a vida de quem mora no interior, a infância, as brincadeiras, as lendas, a cultura e toda trajetória de alguém que é do interior. Esta obra também foi escolhida com o intuito de apresentar aos alunos escritores que são próximos da sua realidade, para que eles possam ter mais prazer pela leitura e escrita.
      Uma crônica destaque que trabalhamos em sala de aula foi "Das vergonhas que a gente não entende", esta crônica diz sobre um adolescente que possui uma extrema vergonha de usar guarda-chuva, ao decorrer da narrativa o autor conta todos os momentos angustiantes que o jovem enfrentou devido esta vergonha. A crônica obteve ótima recepção pelos alunos por ser humorística e tratar de um fato curioso e cômico. 


Equipe: Ana Kélvia, Rosa Maria, Paulo Reges, Anderson Santos, Maria Carolyne e Carol Santiago.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Estórias Abensonhadas - Mia Couto

Joãotónio, no enquanto.

Trata-se de um conto a relatar uma história (ou estória, como prefere o autor) de um homem (Joãotónio) insatisfeito com os rumos de seu casamento, pois embora amasse sua esposa (Maria Zeitona), a considerava uma mulher bastante frígida. Diante da situação, ele procura uma possível solução com o intuito de resolver o problema. Para tanto, resolve mandar sua esposa a um prostíbulo para ter aulas com uma experiente meretriz, de nome Maria Mercante. Após o retorno de Maria Zeitona, Joãotónio percebe nela certas diferenças. Sua esposa já não é mais aquela mulher fria, ao contrário, o seu comportamento mudara por completo, pois agora era ela quem procurava por ele, subvertendo uma relação convencional, na qual a mulher, apresenta-se como submissa.
O conto nos apresenta diversos aspectos e questionamentos a respeito de sexo (no sentido geral ou biológico, feminino e masculino) versus gênero (a forma como Joãotónio se sente ao se deparar com as mudanças comportamentais de Maria Zeitona). Além disso, dentro do conto notamos a presença de um outro gênero, o epistolar, pois se trata de uma carta escrita pelo protagonista a uma outra pessoa aparentemente próxima do mesmo (um amigo, provavelmente).
Podemos considerá-lo um texto bastante interessante e que traz uma temática contemporânea rica para discussões.
 
Equipe: Ana Caroline; Silane Caminha; Júlia Kaline; Kézia Rute; Eliane Félix; Lídia Carneiro; Júlio.
 
 
 

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Fragmento do texto "Noventa e três", de Mia Couto

(...) O avô levantava um olhar silencioso, sem luz. Sorria o tempo todo: não queria cometer indelicadeza. O avô fingia, aniversariamente. Porque em nenhum outro dia os outros dele se recordavam. Deixavam-no poeirando com os demais objetos da sala. Esta noite, as prendas se juntam e ele apalpa os embrulhos. O seu gesto não leva desacerto. Afinal, não há mão mais segura que a do cego. Porque o cego agarra o que há e o resto não acontece. Lugar de quem não vê está sempre certo: afinal, só erra quem pode escolher. O velho agradece, vidente invisual. Tudo estando longe da vista, perto do coração (...).

 
 
 


Júlio César (03-05-2017)



 

terça-feira, 21 de março de 2017

Literatura na Escola: Início da aplicação do projeto na EEF Padre Joaquim de Meneses

Na terceira semana do mês de março de 2017, sob orientação das professoras supervisoras Marilaide Gondim e Fátima Reges, deu-se início a aplicação da atividade de leitura literária na Escola de Ensino Fundamental Padre Joaquim de Meneses. 



Preparação de Slides para aplicação do projeto de leitura literária

Preparação de Slides para Aplicação do projeto de leitura literária

Bolsistas Bernado e Maiara realizando leitura do livro "O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá", na turma 9º ano C



Bolsistas Bernado e Maiara realizando leitura do livro "O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá", na turma 9º ano C

Bolsistas Bernado e Maiara realizando leitura do livro "O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá", na turma 9º ano C

Bolsistas Bernado e Maiara realizando leitura do livro "O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá", na turma 9º ano C

Bolsistas Bernado e Maiara realizando leitura do livro "O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá", na turma 9º ano C


Bolsistas Juliet e Liliane realizando leitura do livro "Felpo Filva", na turma de 6º ano B

Bolsistas Juliet e Liliane realizando leitura do livro "Felpo Filva", na turma de 6º ano B

Bolsistas Juliet e Liliane realizando leitura do livro "Felpo Filva", na turma de 6º ano B


Bolsistas Nayanne e Mariana realizando a leitura do livro "Felpo Filva", na turma de 6º ano C

Bolsistas Nayanne e Mariana realizando a leitura do livro "Felpo Filva", na turma de 6º ano C

Bolsistas Nayanne e Mariana realizando a leitura do livro "Felpo Filva", na turma de 6º ano C

Bolsistas Nayanne e Mariana realizando a leitura do livro "Felpo Filva", na turma de 6º ano C

Bolsistas Nayanne e Mariana realizando a leitura do livro "Felpo Filva", na turma de 6º ano C

Bolsistas Nayanne e Mariana realizando a leitura do livro "Felpo Filva", na turma de 6º ano C



Bolsistas Nayanne e Mariana realizando a leitura do livro "Felpo Filva", na turma de 6º ano C

Bolsistas Joyce e Paulo Anderson realizando a leitura do livro "O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá", na turma de 9º ano A


Bolsistas Joyce e Paulo Anderson realizando a leitura do livro "O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá", na turma de 9º ano A

Bolsistas Joyce e Paulo Anderson realizando a leitura do livro "O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá", na turma de 9º ano A

Bolsistas Joyce e Paulo Anderson realizando a leitura do livro "O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá", na turma de 9º ano A

No dia 20 de março de 2017, os bolsistas e as supervisoras da EEF Padre Joaquim de Meneses realizaram mais uma reunião para o planejamento das atividades que serão desenvolvidas durante a semana

Planejamento semanal do grupo da EEF Padre Joaquim de Meneses

Planejamento semanal do grupo da EEF Padre Joaquim de Meneses